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  • Foto do escritorFestival Bixanagô

Festival de arte LGBTQI+ reúne Rico Dalasam, Linn da Quebrada, Spartakus, Eliane Dias e outros

Evento sofreu ataques virtuais e acontece no Dia Internacional contra a Discriminação Racial


Entre os dias 21 e 23 de março acontece o Festival Bixanagô - Empoderamento e Estética Negra. O evento, realizado com o apoio do Edital de Apoio à Criação Artística na Linguagem Música da Secretaria Municipal de Cultura, acontece gratuitamente no espaço cultural Mundo Pensante e no Lab Mundo Pensante e contará com shows de Linn da Quebrada, Rico Dalasam, Monna Brutal, Danna Lisboa, Rosa Luz, Alt Niss, Iipê Roxo, entre outras artistas.


Entre os dias 22 e 23 de março também acontecem oficinas de live painting com a ativista e artista visual Micaela Cyrino, beats com a DJ Rafa Jazz do coletivo Beat Brasilis, rimas com a rapper Monna Brutal, dança voguing com o performer e coreógrafo Felix Pimenta e moda Hip Hop com o estilista baiano Isaac Silva.


“Bixanagô é basicamente uma palavra que constrói a identidade de bixas pretas periféricas”, resume Marcelo Morais, diretor geral e idealizador do evento. Segundo ele, a palavra “bixa” vem sendo ressiginificada pela população LGBTI+ nos últimos anos e sendo usada de forma mais positiva e genérica. Já “Nagô”, faz referência à estética negra e à diáspora africana no Brasil. A proposta é trabalhar a linguagem Hip Hop e a entrada da comunidade LGBT+ no movimento a fim de convergir estéticas, ações e debates.


Segundo Morais, “é importante frisar que estamos usando ‘bixa’ como uma palavra genérica para todas as expressões de sexualidades e entendemos que o Hip Hop é uma forma de organização e de arte que vem da rua, da periferia, da favela e é uma expressão que parte desse lugar fazendo crítica social do mundo”.


Mortes pretas

A escolha da data do Festival não foi casual. O Festival Bixanagô começa no dia 21 de março, no Dia Internacional contra a Discriminação Racial declarado pela ONU em 1993, em alusão ao massacre de Shaperville, na África do Sul na década de 1960, no qual 180 jovens negros e sulafricanos foram sumariamente assassinados pelo governo federal em uma manifestação pacífica contra o Apartheid (sistema político de segregação racial).

A abertura do evento fica por conta do rapper Rico Dalasam, que participa do debate “Bixas no Rap”, no dia 21 de março, a partir das 19h no espaço Lab Mundo Pensante, ao lado da produtora cultural e dirigente da produtora Cosa Nostra, do grupo Racionais MCs, Eliane Dias. Após o bate papo acontecerá uma sessão de autógrafos e fotos do livro “Sobrevivendo no Inferno”, também idealizado e produzido por Eliane Dias. A noite se encerra com o show gratuito de Rico Dalasam no espaço cultural.


No dia seguinte, sexta-feira, 22 de março, o debate “Cultura Negra e Conjuntura Política” dá sequência ao debate sobre racismo e lgbtfobia institucional e conta com a participação do youtuber Spartakus Santiago. O criador de conteúdo reflete sobre o impacto do racismo estrutural na saúde mental e na produção criativa de pessoas negras no Brasil e também reflete sobre os efeitos da internet na formação de redes de apoio e acolhimento.


As redes de apoio também são muito importantes para a produção independente, em especial, no Hip Hop feito por mulheres e pessoas trans e/ou não binárias em nosso país. Por isso, artistas como Tiely Queen, Iipê Roxo e Luana Hansen refletem sobre os desafios de traçar a própria carreira musical mantendo a mente, o corpo e o bolso sãos em tempos digitais e politicamente perigosos, afinal, o cenário é preocupante.


Segundo relatório do Grupo Gay da Bahia, entidade que apura dados sobre a comunidade no país há quase 40 anos, em 2017 foram registrados 445 casos de homicídio contra a população no país, número 30% maior do que em 2016. Não a toa o bate papo “Bixa, cadê meus direitos?” pretende debater o cenário atual de riscos para a população LGBTI+, dos direitos alcançados e dos desafios a vencer nos próximos anos.


O Festival, inclusive, sofreu um ataque virtual silencioso e teve seus eventos retirados do ar em razão de denúncias ao Facebook. Com milhares de pessoas alcançadas por suas publicações, o Festival perdeu semanas de mobilização online, mas reverteu o caso em algumas horas, com apoio de artistas e fãs. Leia aqui a nota de esclarecimento.




Segundo Marcelo Morais, “estamos passando por um momento pautado por uma politica de ódio, de formas explícitas, como o massacre na escola de Suzano, mas também nas formas mais simbólicas, como a derrubada do nosso evento na noite passada, (13/03). Nosso recado é que vamos seguir em frente, não vamos parar até que todas as vidas negras, LGBT+ e periféricas sejam salvas. Seguiremos em frente e pedimos a ajuda de todas as pessoas que acreditam que o amor irá vencer o ódio”, conclui.


A resistência segue no sábado, dia 23 de março, o Festival contará com uma programação mais extensa, com oficinas, bate papos e shows que começam a partir das 16h, também no Lab Mundo Pensante. O bate papo sobre a incidência de infecções sexualmente transmissíveis na população negra, LGBTQI+ e periférica será realizado em parceria com o Fundo Posithivo e com a UNAIDS Brasil, um programa de várias entidades das Nações Unidas que tem o objetivo de reduzir globalmente os número de infecções por HIV/AIDS.


Oficinas: arte e expressão política

“O Hip Hop é uma expressão que nasce da cultura marginal e urbana, a partir de grupos marginalizados como a população negra e periférica, assim como o voguing reflete as sexualidades desviantes neste mesmo contexto urbano”, comenta Morais. Neste cenário, toda manifestação artística dessa natureza é, além de autoexpressão, um ato político.


O Festival Bixanagô ainda promove 5 oficinas no espaço Lab Mundo Pensante, como oficina de rimas, beats, live painting, dança voguing e moda. No sábado, 23/03, acontecem as oficinas de voguing, ministrada pelo coreografo Félix Pimenta, jurado de batalhas queer e um dos organizadores da Festa Amem e a oficina de moda Hip Hop com o estilista baiano Isaac Silva. Na sexta-feira, os interessados em aprender novas linguagens urbanas podem participar da oficina de Live Painting será realizada pela Micaela Cyrino, artista plástica, ativista soropositivo; da oficina de rima, com a rapper Monna Brutal e oficina de beats (batidas fundamentais da música pop, do rap e do voguing) com a DJ Rafa Jazz, do coletivo Beat Brasilis.


As inscrições são gratuitas ficam abertas até 15/03, basta acessar: https://linktr.ee/bixanagofestival


Shows Gratuitos

Os três dias de festival contam com programação gratuita, incluindo shows, acompanhe:

21 de março: Rico Dalasam

22 de março: Rosa Luz, Alt Niss, Mc Dellacroix e Aretha Sadick

23 de março (gratuito até 23h30, após o ingresso custará R$20): Danna Lisboa, Monna Brutal, Indy Naíse, Joy Sales e Linn da Quebrada.


SERVIÇO

O quê: Festival Bixanagô - Empoderamento e Estética Negra

Quando: 21 a 23 de Março

Onde: Mundo Pensante - Rua Treze de Maio, 830 - Bixiga Lab Mundo Pensante - Rua Treze de Maio, 733 - Bixiga

Inscrições para oficinas: Até 15 de março em https://linktr.ee/bixanagofestival

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